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Filogenia de fungos toxigênicos

 

 

 

ARTIGOS EM PERIÓDICOS:

 

 

 1  Cryptic speciation and recombination in the aflatoxin-producing fungus Aspergillus flavus

DAVID M. GEISER, JOHN I. PITT & JOHN W. TAYLOR

Proc. Natl. Acad. Sci. USA, 95: 388-393, 1998.

            Este excelente trabalho faz uma discussão detalhada acerca da importância de estudos filogenéticos em fungos toxigênicos. Através da análise de algumas seqüências genéticas de isolados de Aspergillus flavus, infere a existência de recombinação genética nessa espécie, embora não possa explicar como ela ocorre. A qualidade do trabalho pode ser atestada pela análise crítica e as ressalvas quanto ao próprio estudo feito, demonstrando uma postura cautelosa e ponderada.

 Artigo gratuito na íntegra em http://www.freemedicaljournals.com/

 

 

 2  Clustering of trichothecene-producing Fusarium strains determined from 28S ribosomal DNA sequences

GIUSEPPINA MULÈ et al.

Applied and Environmental Microbiology, 63(5): 1843-1846, 1997.

            É o primeiro trabalho que correlaciona os resultados de uma filogenia com o potencial toxigênico dentro do Gênero Fusarium. Simples e curto, mas bastante emblemático de como os estudos filogenéticos podem ser úteis na micotoxicologia. Sua idéia principal serve como inspiração para estudos com outros fungos toxigênicos.

 Artigo gratuito na íntegra em http://www.journal.asm.org/

 

 

 3  Identification by PCR of Fusarium culmorum strains producing large amounts and small amounts of deoxyvalenol.

B. BAKAN et al.

Applied and Environmental Microbiology, 68(11): 5472-5479, 2000.

            Neste artigo os autores conseguem identificar, através de análises filogenéticas, o grau toxigênico de um fungo. Mais recente que o anterior e com uma abordagem mais rica em termos de caractere usado,  seus resultados são bastante estimulantes, embora infelizmente nem todos sejam mostrados claramente. Complementa a referência anterior.

 Artigo gratuito na íntegra em http://www.journal.asm.org/

 

 

 4  . Developing nem characters for fungal systematics: an experimental approach for determining the rank of resolution.

LINDA M. KOHN

Mycologia, 84(2):139-153, 1992.

            Um ótimo trabalho sobre a questão da escolha do caractere a ser usado em uma análise filogenética ou fenética. Texto objetivo que traz discussões importantes, como o grau de resolução do caractere escolhido e o atual confronto entre os antigos caracteres utilizados (morfológicos e bioquímicos) e os novos caracteres (caracterizações moleculares de ácidos nucléicos). Além disso, carrega uma boa revisão bibliográfica com trabalhos-chave sobre o tema.

 

 

 5 . Molecular genotype analysis of natural toxigenic and nontoxigenic isolates of

Aspergillus flavus and A. parasiticus.

N. TRAN-DINH; J.I. PITT & D.A. CARTER

Mycological Research, 103(11):1485-1490, 1999.

            Apesar de ser específico para o gênero Aspergillus, constrói um modelo interessante de análise de cepas toxigênicas e não toxigênicas e discute os riscos de se utilizar cepas não toxigênicas como controle biológico. O texto é conciso e bem claro, servindo de ponto de partida para o debate sobre esse tipo de controle.

 

 

 6 . Hibridization of genes involved in aflatoxin biosynthesis to DNA of aflatoxigenic and

non-aflatoxigenic Aspergilli.

M.A. KLICH et al.

Applied Microbiology Biotechnol., 44:439-443, 1995.

            Contém uma breve discussão sobre as causas de cepas de Aspergillus que contêm os genes para a síntese de aflatoxina não serem produtoras. Instigante tanto para a questão do controle biológico citado na referência anterior como para a escolha de caracteres para se fazer uma filogenia.

 

 

 7 . The evolutionary biology and population genetics underlying fungal strain typing.

JOHN W. TAYLOR et al.

Clinical Microbiology Reviews, 12(1):126-146, 1999.

            Artigo excepcional que faz uma revisão extensa de várias técnicas de caracterização para o estudo do comportamento de populações e sua estrutura. Discute o complicado tópico da reprodução dos fungos e suas conseqüências para a genética de populações. Além disso, traz exemplos de cinco grupos de fungos específicos, incluindo Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus. Uma referência fundamental para qualquer estudo de filogenia de fungos.

 Artigo gratuito na íntegra em http://www.journal.asm.org/

 

 

 

 8  Molecular epidemiology of HIV transmission in a dental practice.

CHIN-YIH OU et al.

Science, 256:1165-1171, 1992.

            Embora seja um trabalho de virologia, mostra de forma convincente a importância que estudos filogenéticos podem assumir atualmente. O trabalho é uma investigação epidemiológica da transmissão da AIDS de um dentista a vários pacientes. Graças a estudos filogenéticos, foi possível afirmar de maneira conclusiva que essa transmissão havia ocorrido. A partir dele, a prática odontológica nos Estados Unidos sofreu modificações visando minimizar ao máximo o risco de contágio entre dentistas/médicos e pacientes. Apesar de questionado por alguns pesquisadores na época, foi revisto posteriormente por HILLIS e colaboradores que confirmaram os dados iniciais e suas conclusões.

 

 

 9  Genetic similarity among one Aspergillus flavus strain isolated from a patient who underwent heart surgery and two environmental strains obtained from the operate room.

TERESA M. DIAZ-GUERRA et al.

Journal of Clinical Microbiology, 38(6):2419-2422, 2000.

            Artigo bastante recente que ilustra a importância de estudos que traçam as relações evolutivas entre microrganismos. Trabalhando com o Aspergillus flavus, os autores conseguem rastrear a fonte de uma infecção com base em uma caracterização pela técnica de RAPD. Segue uma linha semelhante ao anterior. A despeito de não ter um enfoque micotoxicológico, aproxima a questão de maneira muito sugestiva.

 Artigo gratuito na íntegra em http://www.journal.asm.org/

 

 

 10 . Application and accuracy of molecular phylogeny

DAVID M. HILLIS et al.

Science, 264:671-677, 1994.

            Contém a revisão feita por Hillis do trabalho 6 e uma discussão acerca de filogenias baseadas em simulações e aquelas fundamentadas em experimentos. Além disso, discute a questão do peso dos caracteres, enfatizando que melhores filogenias são encontradas quando se faz uma repesagem dos caracteres.

 

 

 11 . Biology recapitules phylogeny

DAVID M. HILLIS

Science, 276:218-219, 1997.

            Artigo curto em que HILLIS contextualiza a filogenia na nossa época atual e tece considerações sobre as perspectivas de seu uso no futuro.

 

 

 12  Principles and applications of methods for DNA-based typing of microbial organisms.

D. MICHAEL OLIVE & PÁMELA BEAN

Journal of Clinical Microbiology, 37(6):1661-1669, 1999.

            Não é específico para fungos e nem de longe tão completo quanto a referência 7, mas traz vários métodos atuais de tipificação e caracterização passíveis de serem utilizados em filogenia. Discorre sobre técnicas como o RAPD, RFLP, AFLP, PFGE e seqüenciamento, dentre outras. No caso do seqüenciamento, faz uma análise crítica extremamente lúcida sobre as dificuldades e limitações desse tipo de técnica, que ultimamente tem sido vista como futuro inevitável para a filogenia dos fungos. Uma abordagem  objetiva faz dele um texto bastante panorâmico do assunto.

 Artigo gratuito na íntegra em http://www.journal.asm.org/

 

 

 13  The molecular basis of evolution

ALLAN C. WILSON

Scientific American, 253:164-173, 1985.

            Pensar a vida sem a idéia da evolução não faz sentido. É uma referência geral sobre as bases moleculares da evolução, um foco que não pode faltar em um estudo filogenético.

 Artigo gratuito na íntegra em http://www.sciamarchive.com/

 

 

 14  Vegetative compatibility and genetic diversity in the Aspergillus flavus population of a single field.

PAUL BAYMAN & PETER J. COTTY

Canadian Journal of Botany, 69:1707-1711, 1991.

            Faz uma interessante discussão sobre a diversidade genética do Aspergillus flavus, conduzindo o leitor a especulações instigantes sobre a origem da diversidade e seu significado. Rico em detalhes difíceis de se encontrar em outros trabalhos do gênero.

 

 

 15  Benefactor's Lecture: the impact of molecular biology on mycology.

ROBERT L. METZENBERG

Mycological Research, 95(1):9-13, 1991.

            Embora com mais de uma década, este artigo contém uma visão global que permanece válida. Uma olhada para o progresso na micologia revela que os avanços nem sempre foram tão coesos e ordenados como as predições do autor tentam prever. Algumas orientações originais podem ser colhidas aqui.

 

 

 16  Developments in fungal taxonomy.

JOSEP GUARRO, JOSEPA GENE & ALBERTO M. STCHIGEL

Clinical Microbiology Reviews, 12(3):454-500, 1999.

            Extenso e detalhado trabalho que não se detém exclusivamente na taxonomia pura e simplesmente. Faz uma comparação das principais técnicas de caracterização dos fungos, com destaque para a tradicional morfologia e para as recentes técnicas moleculares. Discute propostas de se classificar os fungos com critérios filogenéticos e os problemas e vantagens que tal classificação carrega. Várias alterações recentes na sistemática dos fungos são expostas.

 Artigo gratuito na íntegra em http://www.journal.asm.org/

 

 

 17  Use of whole genome sequence data to infer Baculovirus Phylogeny.

ELISABETH A. HERNIOU et al.

Journal of Virology, 75(17):8117-8126, 2001.

            Mais um trabalho que não é da área de fungos, mas que contém uma nova e interessante abordagem filogenética: construção de relações evolutivas com base em TODO o genoma do microrganismo. Isso difere das abordagens tradicionais que fazem uso de técnicas específicas ou da análise de pequenos trechos do genoma. Embora possamos estar ainda um pouco longe da facilidade de se seqüenciar um genoma inteiro de um eucarionte com rapidez, os atuais avanços técnicos acenam com essa possibilidade no futuro.

 Artigo gratuito na íntegra em http://www.journal.asm.org/

 

 

 

LIVROS

 

 18 . Biologia molecular e evolução

SÉRGIO RUSSO MATIOLI (ED.)

Holos Editora.

            Reúne vários autores que, de maneira simples e didática, explicam as bases dos estudos filogenéticos. Este é o livro ideal para quem deseja iniciar-se no campo da filogenia.

 

 

 19 . Evolutionary Analysis

SCOTT FREEMAN & JON C. HERRON

Prentice Hall, New Jersey, 1998.

            Excelente livro sobre análise filogenética. Bastante completo e muito didático.

 

 

 20 . Biologia Evolutiva

DOUGLAS J. FUTUYMA

Sociedade Brasileira de Genética, 1997.

            Texto básico sobre evolução. . Enfoque em ecologia.

 

 

 21 . Molecular Systematics

D.M. HILLIS & C. MORITZ

Sinauer Associates Inc., 1990.

            Uma das mais importantes referências sobre o assunto. Há um capítulo bastante completo de D. SWOFFORD intitulado "Phylogeny reconstruction" sobre métodos e abordagens  filogenéticas.

 

 

 22 . The Fungi

M.J. CARLILE & S.C. WATKINSON

Harcourt Brace & Company, London, 1996.

            Possui um capítulo intitulado "Genetic variation and evolution" bastante interessante  que discute o complexo tópico da variabilidade e reprodução dos fungos, ponto fundamental a se considerar quando se estuda genética de populações.

 

 

PÁGINAS NA INTERNET

http://evolution.genetics.washington.edu/phylip.html

PHYLIP é um pacote de programas para inferência filogenética de uso livre. Esta página, mantida por Joe Felsenstein do Departamento de Genética da Universidade de Washington, contém informações sobre o programa e a maneira de transferi-lo, além da documentação. Embora não seja tão intuitivo quanto outros programas, tem a grande vantagem de ser gratuito.

 

http://phylogeny.arizona.edu/tree/phylogeny.html

Os irmãos David e Wayne Maddison são os responsáveis por esta página que é chamada de TREE OF LIFE. Ela contém imensa base de dados que inclui as relações evolutivas, fotografias e a história natural de todos os tipos de organismos possíveis.

 

http://www.treebase.org/treebase/

Colocada na Web em 1996 por Michael Donoghue da Universidade de Harvard e Michael Sanderson da Universidade da Califórnia, é uma vasta base de dados que pretende compilar dados morfológicos e genômicos de todas as árvores filogenéticas publicadas.

 

Uma discussão mais ampla e completa sobre as duas últimas páginas pode ser encontrada em Web-crawling up the tree of life, Science, 273:568-570, 1996.

 

 

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